Category Archives: Vida

Filme: EU MAIOR

EU MAIOR TRAZ UMA REFLEXÃO CONTEMPORÂNEA SOBRE AUTOCONHECIMENTO E BUSCA DA FELICIDADE, POR MEIO DE ENTREVISTAS
COM EXPOENTES DE DIFERENTES ÁREAS, INCLUINDO LÍDERES ESPIRITUAIS, INTELECTUAIS, ARTISTAS E ESPORTISTAS:

http://eumaior.com.br

Frases do livro “Trabalhe 4 horas por semana” de Timothy Ferriss

– “Toda vez que você se encontrar do lado da maioria, é hora de parar e refletir” Mark Twain

– “Tudo que é popular é errado” – Oscar Wilde, A importância de ser prudente

– Foque em SER PRODUTIVO, em vez de focar em SER OCUPADO.

– O QUE MAIS TEMEMOS NORMALMENTE É AQUILO QUE MAIS PRECISAMOS FAZER

– Pense comigo: Qual o oposto da felicidade? Tristeza? Não! Assim como amor e ódio são dois lados da mesma moeda, assim são felicidade e tristeza. Chorar de felicidade é um exemplo perfeito disto. O oposto do amor é a indiferença, e o oposto da felicidade é – eis a conclusão – o TÉDIO!

– É impressionante como as pessoas ficam mais “inteligentes” quando recebem poder e liberdade para tomar decisões!!!

– Nunca automatize algo que possa ser eliminado, e nunca delegue algo que possa ser automatizado.

– “Liberdade significa responsabilidade. É por isso que a maior parte dos homens a teme.” George Bernard Shaw

– A maioria das pessoas não tem a sorte o bastante para ser demitida e morre uma morte espiritual e lenta depois de 30 ou 40 anos tolerando a mediocridade.

– “Antes do desenvolvimento do turismo, viajar era concebido como um estudo, e seus frutos eram a ornamentação da mente e a formação do julgamento” Paul Fussel, Abroad

– “O homem é de tal jeito que só consegue relaxar de um tipo de trabalho começando outro” Anatole France, autor de O crime de Sylvestre Bonnard

– “As pessoas dizem que o que buscamos é um sentido para a vida. Não acho que isso seja o que realmente estamos procurando. Acho que estamos procurando uma experiência de estarmos vivos” Joseph Cambell, O poder do mito

– “O milagre não é andar sobre a água. O milagre é andar sobre a terra verdejante, profundamente integrado ao presente momento e sentindo-se verdadeiramente vivo” Thich Nhat Hanh

– “Os adultos estão sempre perguntando às crianças o que querem ser quando crescer porque estão em busca de idéias” Paula Poundstone

– Se você está muito decidido a encaixar as peças de um quebra-cabeça inexistente, perde toda e verdadeira diversão. Seja forte e NÃO se importe com o que as outras pessoas pensam.

Frases do livro “Trabalhe 4 horas por semana” de Timothy Ferriss
http://www.fourhourworkweek.com/

Dança Lenta

Este poema foi escrito por uma menina em estado terminal de doença, num hospital de Nova York.

Dança Lenta… Alguma vez você já observou crianças num carrossel? Ou ouviu a chuva batendo no chão? Alguma vez já seguiu o vôo errático de uma borboleta?…ou fixou o olhar no sol no crepúsculo? É melhor você diminuir o passo. Não dance tão depressa… …o tempo é curto, a música vai acabar… Você corre através de cada dia voando?

Quando você pergunta “Como vai?” Você escuta a resposta? Quando o dia finda, você fica deitado na cama, com os próximos afazeres rolando por sua cabeça? É melhor você diminuir o passo. Não dance tão depressa… …o tempo é curto, a música vai acabar… Você disse alguma vez a uma criança: “Vamos deixar para fazer isto amanhã?”

E na sua pressa, não viu a tristeza dela? Perdeu contato, deixou uma boa amizade morrer porque você nunca tinha tempo para ligar e dizer “Oi” ? É melhor você diminuir o passo. Não dance tão depressa… …o tempo é curto, a música vai acabar…

Quando você corre tão depressa para chegar a algum lugar, você perde metade da satisfação de chegar lá. Quando você se preocupa e se apressa em seu dia todo, é como se fosse um presente que não foi aberto… um presente jogado fora!

A vida não é uma corrida… … Leve-a mais devagar… …
Ouça a música… … Antes que a canção ACABE!

Felicidade x Tristeza??

Texto extraído do livro: Trabalhe 4 horas por semana / Timothy Ferriss – Página 59.

Pense comigo. Qual o oposto da felicidade? Tristeza? Não! Assim como amor e ódio são dois lados da mesma moeda, assim são felicidade e tristeza. Chorar de felicidade é um exemplo perfeito disto. O oposto do amor é a indiferença, e o oposto da felicidade é – eis a conclusão – o TÉDIO!

Texto extraído do livro: Trabalhe 4 horas por semana / Timothy Ferriss – Página 59.

Vossos filhos não são vossos filhos

Do profeta Khalil Gibran

Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.

Do profeta Khalil Gibran

Em busca de um perdão

Texto escrito pelo Dr. Camargo, EM BUSCA DE UM PERDÃO, no Caderno Vida, da Zero Hora de sábado – 27 de abril:

É mpossível não ser atingido pelos estilhaços de alguns pacientes que partem, às vezes desastradamente, deixando fragmentos de história que não conseguem recontar a vida deles. Ainda mais quando o médico não foi mais do que uma testemunha acidental do desfecho não programado de um desconhecido que, por indecifráveis razões do destino, foi dado morrer em sua companhia.

As emergências dos grandes hospitais, que recebem pessoas de todos os tipos e em todas as condições, algumas vezes nos impõem essas inusitadas parcerias. E com direito a confidências pungentes e promessas desesperadas, o que denuncia a grande tragédia de se morrer sozinho, sem ter para lhe segurar a mão alguém que tenha um motivo, por tênue que seja, para lamentar a sua morte.

Solitários num momento definitivo, riscados do mundo. E assim eles se vão, como uma borracha que se apaga a si mesma.

O boné sujo, de uma malha leve, devia ser um companheiro antigo e das quatro estações, e não conseguia conter a cabeleira desgrenhada que escapava por todos os lados. Quando entrou na emergência da antiga Santa Casa dos indigentes, banhado de suor, foi reconhecido pela atendente como o viciado que vinha todas as noites, queixando-se de uma dor que ninguém acreditava, e implorando por morfina.

Não tinha documentos, a cada visita anunciava um nome diferente, e naquela noite tinha decidido ser o Mario.

Inexperiente e angustiado por não saber o que fazer, lhe perguntei: “Mario, me diga, onde é a dor”, e ele, pouco familiarizado com o nome novo, respondeu: “Quem, eu?”

Assim ficava difícil, mas não desisti, e logo passei a acreditar, quando percebi que o pulso estava muito acelerado e que ele se contorcia na maca e suava cada vez mais. Aquela dor parecia verdadeira, e ficou claro que só conseguiríamos conversar se ela fosse levada a sério.

Uma ampola de morfina mais tarde, fizemos uma radiografia que mostrou um grande tumor que ocupava a maior parte do pulmão esquerdo e lhe invadia as costelas. Não era necessário ser especialista para perceber que ele estava morrendo.

Depois de retiramos uma amostra de sangue para medir a oxigenação, fiquei comprimindo o local da punção e ele, aliviado do sofrimento atroz, choramingou: “Tenho muito medo de morrer!”

Quando lhe ofereci a mão livre, ele a segurou com as suas e fez um pedido que nunca consegui cumprir e que ficou por muito tempo grudado na lembrança como um adesivo inconveniente: “Diga ao meu pai, quando ele vier me buscar, que eu gosto dele e que me arrependi muito do que lhe disse na última vez que brigamos.”

Querendo consolá-lo, garanti que os pais sempre perdoam os filhos, e que era certo que ele até já devia ter esquecido. E ele discordou: “Acho que não, porque já faz 20 anos que ele me disse: hoje morremos um para o outro!”

Passado muito tempo, ainda lembro do desconsolo no seu olhar de moribundo. Ele morreu tentando apenas ser perdoado e ninguém veio resgatá-lo.

É sabido que o ódio entre os que se deveriam amar é sempre mais intenso e duradouro. Mas, mesmo assim, devia ter prazo de validade.

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J.J. Camargo é cirurgião torácico e chefe do Setor de Transplantes da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.

Solidão

Texto extraído do BLOG Café Brasil de Luciano Pires: http://www.podcastcafebrasil.com.br/podcasts/346-a-solidao-do-chorao

Quem eu vi falar mais legal desse tema, solidão, foi um psicanalista inglês já morto: Donald Winnicott. Ele descreveu o crescimento emocional como o desenvolvimento paulatino da nossa capacidade de estar só.

Quanto mais amadurecemos emocionalmente, menos dependemos dos outros para nos sentirmos queridos e seguros, e mais apreciamos a saudável convivência com nós mesmos.

Para que isso seja possível, contudo, precisamos de alguém muito especial na fase da vida em que estamos mais dependentes e vulneráveis, alguém que nos permita estar no nosso próprio mundo em sua presença. Durante a tenra infância, algum adulto querido deve estar suficientemente presente para nos dar segurança e suficientemente ausente para não ser invasivo, que é o que nos permite cultivar o senso de individualidade, independência e confiança em si mesmo e no mundo.

O protótipo disso é a mãe ou o pai que apenas está junto, sem interferir nem se ausentar, enquanto o filho ou a filha brincam despreocupadamente. A criança sabe que o adulto protetor está lá, e só isso é muito bom. Para não nos sentirmos solitários ao longo da vida crescida, é necessário que interiorizemos este adulto protetor e não invasivo – precisamos aprender a carregar dentro de nós este senso de presença confiável porém discreta.

Texto extraído do BLOG Café Brasil de Luciano Pires: http://www.podcastcafebrasil.com.br/podcasts/346-a-solidao-do-chorao

O múltiplo e o simples

Texto extraído do livro: Ostra feliz não faz pérola / Rubem Alves – São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2008 – Página 48.

O Tao-Te-Ching, livro sagrado do taoísmo, Já dizia há mais de um milênio que temos dois lados. Há um lado que olha para fora. Olhando para fora defrontamo-nos com o mundo da multiplicidade, 10 mil coisas que se impõem aos nossos sentidos, nos dão ordens, nos atropelam, e nos enrolam aos trambolhôes, como aquelas ondas de praias de tombo. Mas há um outro lado que olha para dentro. Aí nos defrontamos com uma única coisa, o desejo mais profundo do nosso coração, aquela coisa que, se a tivéssemos, nos traria alegria. Jesus contou a parábola de um homem que tinha muitas jóias e que, ao encontrar uma única pérola maravilhosa, vendeu as muitas para comprar uma única. No primeiro lado mora o conhecimento, a ciência, a bolsa de valores, a cotação do dólar, as coisas que se podem comprar, e todas as coisas que compõem a nossa vida de fora. Essas coisas são “meios para se viver” ~ ferramentas que podemos usar. No segundo lado mora a sabedoria, que é a capacidade para discernir as coisas que valem a pena. Num bufê, você encheria o seu prato com tudo o que está na mesa? Somente um tolo faria isso. Você consultaria o seu desejo: “De tudo isso que está à minha frente, o que é que realmente desejo comer?”. Tolos são aqueles que, seduzidos pela multiplicidade, se entregam vorazmente a ela. Eles acabam tendo uma terrível indigestáo. Sábios são aqueles que, da multiplicidade, escolhem o essencial. Simplicidade é isso: escolher o essencial.

Texto extraído do livro: Ostra feliz não faz pérola / Rubem Alves – São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2008 – Página 48.

Saber ouvir de verdade é…

Texto extraído do livro: Ostra feliz não faz pérola / Rubem Alves – São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2008 – Página 47.

Sobre o Ouvir

O ato de ouvir exige humildade de quem ouve. E a humildade está nisso: saber, não com a cabeça mas com o coração, que é possível que o outro veja mundos que nós não vemos. Mas isso, admitir que o outro vê coisas que nós não vemos, implica reconhecer que somos meio cegos… Vemos pouco, vemos torto, vemos errado.

Bernardo Soares diz que aquilo que vemos é aquilo que somos. Assim, para sair do círculo fechado de nós mesmos, em que só vemos nosso próprio rosto refletido nas coisas, é preciso que nos coloquemos fora de nós mesmos. Não somos o umbigo do mundo. E isso é muito difícil: reconhecer que não somos o umbigo do mundo! Para se ouvir de verdade, isso é, para nos colocarmos dentro do mundo do outro, é preciso colocar entre parêntesis, ainda que provisoriamente, as nossas opiniões.

Minhas opiniões! Ê claro que eu acredito que as minhas opiniões são a expressão da verdade. Se eu não acreditasse na verdade daquilo que penso, trocaria meus pensamentos por outros. E se falo é para fazer com que aquele que me ouve acredite em mim, troque os seus pensamentos pêlos meus. É norma de boa educação ficar em silêncio enquanto o outro fala. Mas esse silêncio não é verdadeiro. É apenas um tempo de espera: estou esperando que ele termine de falar para que eu, então, diga a verdade. A prova disto está no seguinte: se levo a sério o que o outro está dizendo, que é diferente do que penso, depois de terminada a sua fala eu ficaria em silêncio, para ruminar aquilo que ele disse, que me é estranho. Mas isso jamais acontece. A resposta vem sempre rápida e imediata. A resposta rápida quer dizer: “Náo preciso ouvi-lo. Basta que eu me ouça a mim mesmo.

Não vou perder tempo ruminando o que você disse. Aquilo que você disse não é o que eu diria, portanto está errado… .

Texto extraído do livro: Ostra feliz não faz pérola / Rubem Alves – São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2008 – Página 47.

Ostra feliz não faz pérola

Texto extraído do livro: Ostra feliz não faz pérola / Rubem Alves – São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2008 – Página 11.

“Ostras sao moluscos, animais sem esqueleto, macias, que representam as delícias dos gastrônomos. Podem ser comidas cruas, com pingos de limão, com arroz, paellas, sopas. Sem defesas – sao animais mansos seriam uma presa fácil dos predadores. Para que isso não acontecesse, a sua sabedoria as ensinou a fazer casas, conchas duras, dentro das quais vivem.

Pois havia num fundo de mar uma colônia de ostras, muitas ostras. Eram ostras felizes. Sabia-se que eram ostras felizes porque de dentro de suas conchas saía uma delicada melodia, música aquática, como se fosse um canto gregoriano, todas cantando a mesma música. Com uma exceção de uma ostra solitária que fazia um solo solitário. Diferente da alegre música aquática, ela cantava um canto muito triste. As ostras felizes se riam dela e diziam Ela não sai da sua depressão… . Não era depressão. Era dor. Pois um grão de areia havia entrado dentro da sua carne e doía, doía, doía. E ela não tinha jeito de se livrar dele, do grão de areia. Mas era possível livrar-se da dor. O seu corpo sabia que, para se livrar da dor que o grão de areia lhe provocava, em virtude de suas aspereza, arestas e pontas, bastava envolve-lo com uma substância lisa, brilhante e redonda. Assim, enquanto cantava seu canto triste, o seu corpo fazia o trabalho – por causa da dor que o grão de areia lhe causava. Um dia, passou por ali um pescador com o seu barco. Lançou a rede e toda a colônia de ostras, inclusive a sofredora, foi pescada. O pescador se alegrou, levou-as para casa e sua mulher fez uma deliciosa sopa de ostras. Deliciando-se com as ostras, de repente seus dentes bateram num objeto duro que estava dentro de uma ostra. Ele o tomou nos dedos e sorriu de felicidade era uma pérola, uma linda pérola. Apenas a ostra sofredora fizera uma pérola. Ele a tomou e deu-a de presente para a sua esposa.

Isso é verdade para as ostras. E é verdade para os seres humanos. No seu ensaio sobre o nascimento da tragédia grega apartir do espirito da música, Nietzsche observou que os gregos, por oposicao aos cristãos, levavam a tragédia a serio, Tragédia era tragédia. Não existia céu para eles, como existia para os cristãos, um céu onde a tragédia seria transformada em comedia. Ele se perguntou entao das razoes por que os gregos, sen- do dominados por esse sentimento trágico da vida, não sucumbiram ao pessimismo. A resposta que encontrou foi a mesma da ostra que faz uma pérola: eles não se entregaram ao pessimismo porque foram capazes de transformar a tragédia em beleza. A beleza nao elimina a tragedia, mas a toma suportável. A felicidade e um dom que deve ser simplesmente gozado. Ela se basta. Mas ela nao cria. Nao produz pérolas. Sao os que sofrem que produzem a beleza, para parar de softer. Esses sao os artistas. Beethoven – como é possivel que um homem completamente surdo, no fim da vida, tenha produzido uma obra que canta a alegria. Van Gogh, Cecilia Meireles, Fernando Pessoa…”

Texto extraído do livro: Ostra feliz não faz pérola / Rubem Alves – São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2008 – Página 11.