Author Archives: raroway

9781848549241

A ÚNICA COISA (The ONE thing) – Gary Keller e Jay Papasan

“Se você persegue dois coelhos ao mesmo tempo…
… Não vai pegar nenhum dos dois” Provérbio Russo

“Qual a ÚNICA coisa que você pode fazer esta semana de modo a tornar o restante mais fácil ou DESNECESSÁRIO?”

EFEITO DOMINÓ exponencial: Uma peça de dominó pode derrubar outra que tem o dobro do seu tamanho. Se derrubando em sequência com esta lógica, a peça 23 seria maior que a Torre Eiffel e a peça 31 mais alta que o Monte Everest. A peça 57 cobriria a distância entre a Terra e a Lua.
Este é o efeito exponencial de empurrar a peça certa, a ÚNICA PEÇA.

“Seja SIMPLES” = ignore o que você PODERIA FAZER e preocupe-se com o que você DEVE FAZER

Ser SIMPLES não é abandonar sonhos e expectativas

Empresas que tem a UNICA COISA (o resto vem no embalo):
INTEL = Microprocessadores
GOOGLE = Pesquisa
STARBUCKS = Café

“Pode haver apenas UMA COISA mais importante. Muitas coisas podem ser importantes, mas apenas UMA a MAIS importante” Ross Garber

O caminho para chegar no MAIS passa pelo MENOS. Mas a questão é ONDE FOCAR?
Escolha e VIVA A ÚNICA COISA!

“O sucesso demanda unidade de propósito.” Vince Lombardi

MENTIRAS QUE NOS ENGANAM:

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Filme: EU MAIOR

EU MAIOR TRAZ UMA REFLEXÃO CONTEMPORÂNEA SOBRE AUTOCONHECIMENTO E BUSCA DA FELICIDADE, POR MEIO DE ENTREVISTAS
COM EXPOENTES DE DIFERENTES ÁREAS, INCLUINDO LÍDERES ESPIRITUAIS, INTELECTUAIS, ARTISTAS E ESPORTISTAS:

http://eumaior.com.br

Frases do livro “Trabalhe 4 horas por semana” de Timothy Ferriss

– “Toda vez que você se encontrar do lado da maioria, é hora de parar e refletir” Mark Twain

– “Tudo que é popular é errado” – Oscar Wilde, A importância de ser prudente

– Foque em SER PRODUTIVO, em vez de focar em SER OCUPADO.

– O QUE MAIS TEMEMOS NORMALMENTE É AQUILO QUE MAIS PRECISAMOS FAZER

– Pense comigo: Qual o oposto da felicidade? Tristeza? Não! Assim como amor e ódio são dois lados da mesma moeda, assim são felicidade e tristeza. Chorar de felicidade é um exemplo perfeito disto. O oposto do amor é a indiferença, e o oposto da felicidade é – eis a conclusão – o TÉDIO!

– É impressionante como as pessoas ficam mais “inteligentes” quando recebem poder e liberdade para tomar decisões!!!

– Nunca automatize algo que possa ser eliminado, e nunca delegue algo que possa ser automatizado.

– “Liberdade significa responsabilidade. É por isso que a maior parte dos homens a teme.” George Bernard Shaw

– A maioria das pessoas não tem a sorte o bastante para ser demitida e morre uma morte espiritual e lenta depois de 30 ou 40 anos tolerando a mediocridade.

– “Antes do desenvolvimento do turismo, viajar era concebido como um estudo, e seus frutos eram a ornamentação da mente e a formação do julgamento” Paul Fussel, Abroad

– “O homem é de tal jeito que só consegue relaxar de um tipo de trabalho começando outro” Anatole France, autor de O crime de Sylvestre Bonnard

– “As pessoas dizem que o que buscamos é um sentido para a vida. Não acho que isso seja o que realmente estamos procurando. Acho que estamos procurando uma experiência de estarmos vivos” Joseph Cambell, O poder do mito

– “O milagre não é andar sobre a água. O milagre é andar sobre a terra verdejante, profundamente integrado ao presente momento e sentindo-se verdadeiramente vivo” Thich Nhat Hanh

– “Os adultos estão sempre perguntando às crianças o que querem ser quando crescer porque estão em busca de idéias” Paula Poundstone

– Se você está muito decidido a encaixar as peças de um quebra-cabeça inexistente, perde toda e verdadeira diversão. Seja forte e NÃO se importe com o que as outras pessoas pensam.

Frases do livro “Trabalhe 4 horas por semana” de Timothy Ferriss
http://www.fourhourworkweek.com/

Dança Lenta

Este poema foi escrito por uma menina em estado terminal de doença, num hospital de Nova York.

Dança Lenta… Alguma vez você já observou crianças num carrossel? Ou ouviu a chuva batendo no chão? Alguma vez já seguiu o vôo errático de uma borboleta?…ou fixou o olhar no sol no crepúsculo? É melhor você diminuir o passo. Não dance tão depressa… …o tempo é curto, a música vai acabar… Você corre através de cada dia voando?

Quando você pergunta “Como vai?” Você escuta a resposta? Quando o dia finda, você fica deitado na cama, com os próximos afazeres rolando por sua cabeça? É melhor você diminuir o passo. Não dance tão depressa… …o tempo é curto, a música vai acabar… Você disse alguma vez a uma criança: “Vamos deixar para fazer isto amanhã?”

E na sua pressa, não viu a tristeza dela? Perdeu contato, deixou uma boa amizade morrer porque você nunca tinha tempo para ligar e dizer “Oi” ? É melhor você diminuir o passo. Não dance tão depressa… …o tempo é curto, a música vai acabar…

Quando você corre tão depressa para chegar a algum lugar, você perde metade da satisfação de chegar lá. Quando você se preocupa e se apressa em seu dia todo, é como se fosse um presente que não foi aberto… um presente jogado fora!

A vida não é uma corrida… … Leve-a mais devagar… …
Ouça a música… … Antes que a canção ACABE!

Felicidade x Tristeza??

Texto extraído do livro: Trabalhe 4 horas por semana / Timothy Ferriss – Página 59.

Pense comigo. Qual o oposto da felicidade? Tristeza? Não! Assim como amor e ódio são dois lados da mesma moeda, assim são felicidade e tristeza. Chorar de felicidade é um exemplo perfeito disto. O oposto do amor é a indiferença, e o oposto da felicidade é – eis a conclusão – o TÉDIO!

Texto extraído do livro: Trabalhe 4 horas por semana / Timothy Ferriss – Página 59.

Vossos filhos não são vossos filhos

Do profeta Khalil Gibran

Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.

Do profeta Khalil Gibran

Devo educar meus filhos para serem éticos?

De Gustavo Ioschpe (Revista Veja 18/09/2013)

Devo educar meus filhos para serem éticos?

HANNAH ARENDT – “Os maiores males não se devem àquele que tem de confrontar-se consigo mesmo. Os maiores malfeitores são aqueles que não se lembram porque nunca pensaram na questão”

Quando eu tinha uns 8 ou 9 anos, saía de casa para a escola numa manhã fria do inverno gaúcho. Chegando à portaria, meu pai interfonou, perguntando se eu estava levando um agasalho. Disse que sim. Ele me perguntou qual. “O moletom amarelo, da Zugos”, respondi. Era mentira. Não estava levando agasalho nenhum, mas estava com pressa, não queria me atrasar.

Voltei do colégio e fui ao armário procurar o tal moletom. Não estava lá, nem em nenhum lugar da casa. Gelei. À noite, meu pai chegou em casa de cara amarrada. Ao me ver, tirou da pasta de trabalho o moletom. E me disse: “Eu não me importo que tu não te agasalhes. Mas, nesta casa, nesta família, ninguém mente. Ponto. Tá claro?”. Sim, claríssimo. Esse foi apenas um episódio mais memorável de algo que foi o leitmotiv da minha formação familiar. Meu pai era um obcecado por retidão, palavra, ética, pontualidade, honestidade, código de conduta, escala de valores, menschkeit (firmeza de caráter, decência fundamental, em iídiche) e outros termos que eram repetitiva e exaustivamente martelados na minha cabeça. Deu certo. Quer dizer, não sei. No Brasil atual, eu me sinto deslocado.

Até hoje chego pontualmente aos meus compromissos, e na maioria das vezes fico esperando por interlocutores que se atrasam e nem se desculpam (quinze minutos parece constituir uma “margem de erro” tolerável). Até hoje acredito quando um prestador de serviço promete entregar o trabalho em uma data, apenas para ficar exasperado pelo seu atraso, “veja bem”, “imprevistos acontecem” etc. Fico revoltado sempre que pego um táxi em cidade que não conheço e o motorista tenta me roubar. Detesto os colegas de trabalho que fazem corpo mole, que arranjam um jeitinho de fazer menos que o devido. Tenho cada vez menos visitado escolas públicas, porque não suporto mais ver professores e diretores tratando alunos como estorvos que devem ser controlados. Isso sem falar nas quase úlceras que me surgem ao ler o noticiário e saber que entre os governantes viceja um grupo de imorais que roubam com criatividade e desfaçatez.

Sócrates, via Platão (A República, Livro IX), defende que o homem que pratica o mal é o mais infeliz e escravizado de todos, pois está em conflito interno, em desarmonia consigo mesmo, perenemente acossado e paralisado por medos, remorsos e apetites incontroláveis, tendo uma existência desprezível, para sempre amarrado a alguém (sua própria consciência!) onisciente que o condena. Com o devido respeito ao filósofo de Atenas, nesse caso acredito que ele foi excessivamente otimista. Hannah Arendt me parece ter chegado mais perto da compreensão da perversidade humana ao notar, nos ensaios reunidos no livro Responsabilidade e Julgamento, que esse desconforto interior do “pecador” pressupõe um diálogo interno, de cada pessoa com a sua consciência, que na verdade não ocorre com a frequência desejada por Sócrates. Escreve ela: “Tenho certeza de que os maiores males que conhecemos não se devem àquele que tem de confrontar-se consigo mesmo de novo, e cuja maldição é não poder esquecer. Os maiores malfeitores são aqueles que não se lembram porque nunca pensaram na questão”. E, para aqueles que cometem o mal em uma escala menor e o confrontam, Arendt relembra Kant, que sabia que “o desprezo por si próprio, ou melhor, o medo de ter de desprezar a si próprio, muitas vezes não funcionava, e a sua explicação era que o homem pode mentir para si mesmo”. Todo corrupto ou sonegador tem uma explicação, uma lógica para os seus atos, algo que justifique o porquê de uma determinada lei dever se aplicar a todos, sempre, mas não a ele(a), ou pelo menos não naquele momento em que está cometendo o seu delito.

Cai por terra, assim, um dos poucos consolos das pessoas honestas: “Ah, mas pelo menos eu durmo tranquilo”. Os escroques também! Se eles tivessem dramas de consciência, se travassem um diálogo verdadeiro consigo e seu travesseiro, ou não teriam optado por sua “carreira” ou já teriam se suicidado. Esse diálogo consigo mesmo é fruto do que Freud chamou de superego: seguimos um comportamento moral porque ele nos foi inculcado por nossos pais, e renegá-lo seria correr o risco da perda do amor paterno.

Na minha visão, só existem, assim, dois cenários em que é objetivamente melhor ser ético do que não. O primeiro é se você é uma pessoa religiosa e acredita que os pecados deste mundo serão punidos no próximo. Não é o meu caso. O segundo é se você vive em uma sociedade ética em que os desvios de comportamento são punidos pela coletividade, quer na forma de sanções penais, quer na forma do ostracismo social. O que não é o caso do Brasil. Não se sabe se De Gaulle disse ou não a frase, mas ela é verdadeira: o Brasil não é um país sério.

Assim é que, criando filhos brasileiros morando no Brasil, estou às voltas com um deprimente dilema. Acredito que o papel de um pai é preparar o seu filho para a vida. Essa é a nossa responsabilidade: dar a nossos filhos os instrumentos para que naveguem, com segurança e destreza, pelas dificuldades do mundo real. E acredito que a ética e a honestidade são valores axiomáticos, inquestionáveis. Eis aí o dilema: será que o melhor que poderia fazer para preparar meus filhos para viver no Brasil seria não aprisioná-los na cela da consciência, do diálogo consigo mesmos, da preocupação com a integridade? Tenho certeza de que nunca chegaria a ponto de incentivá-los a serem escroques, mas poderia, como pai, simplesmente ser mais omisso quanto a essas questões. Tolerar algumas mentiras, não me importar com atrasos, não insistir para que não colem na escola, não instruir para que devolvam o troco recebido a mais…

Tenho pensado bastante sobre isso ultimamente. Simplesmente o fato de pensar a respeito, e de viver em um país em que existe um dilema entre o ensino da ética e o bom exercício da paternidade, já é causa para tristeza. Em última análise, decidi dar a meus filhos a mesma educação que recebi de meu pai. Não porque ache que eles serão mais felizes assim – pelo contrário -, nem porque acredite que, no fim, o bem compensa. Mas sim porque, em primeiro lugar, não conseguiria conviver comigo mesmo, e com a memória de meu pai, se criasse meus filhos para serem pessoas do tipo que ele me ensinou a desprezar. E, segundo, tentando um esboço de resposta mais lógica, porque sociedades e culturas mudam. Muitos dos países hoje desenvolvidos e honestos eram antros de corrupção e sordidez 100 anos atrás. Um dia o Brasil há de seguir o mesmo caminho, e aí a retidão que espero inculcar em meus filhos (e meus filhos em seus filhos) há de ser uma vantagem, e não um fardo. Oxalá.

De Gustavo Ioschpe (Revista Veja 18/09/2013)

Teologia é uma brincadeira

De Rubem Alves, retirado do ensaio “Sobre deuses e caquis” (O quarto do mistério, p 137)

Hoje faria tudo diferente.

Começaria por informar meus leitores de que teologia é uma brincadeira, parecida com o jogo encantado das contas de vidro que Hermann Hesse descreveu, algo que se faz por puro prazer, sabendo que Deus está muito além de nossas tramas verbais.

Teologia não é rede que se teça para apanhar Deus em suas malhas, porque Deus não é peixe, mas Vento que não se pode segurar…

Teologia é rede que tecemos para nós mesmos, para nela deitar o nosso corpo.

Ela não vale pela verdade que possa dizer sobre Deus (seria necessário que fôssemos deuses para verificar tal verdade); ela vale pelo bem que faz à nossa carne.

Ah! Pensam que sou herege… Nada disto. Estou apenas repetindo coisa muito velha, esquecida, da tradição protestante, que diz que ‘conhecer a Cristo é conhecer os seus benefícios’: de Deus, o único que podemos saber é o bem que faz ao nosso corpo. Com o que concorda o sábio Riobaldo: ‘Como não ter Deus? Com Deus existindo, tudo dá esperança, o mundo se resolve. Mas, se não tem Deus, há-de a gente perdidos no vai-vem, e a vida é burra. E o aberto perigo das grandes e pequenas horas… Tendo Deus, é menos grave se descuidar um pouquinho, pois, no fim, dá certo. Mas, se não tem Deus, então, a gente não tem licença para coisa nenhuma.’

De Rubem Alves, retirado do ensaio “Sobre deuses e caquis” (O quarto do mistério, p 137)

A Reforma Protestante

Texto extraído do livro: Ostra feliz não faz pérola / Rubem Alves – São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2008 – Página 215.

Eu sou de tradição protestante, muito embora, para permanecer protestante, tenha me desligado das igrejas protestantes. É preciso esclarecer que a tradição protestante nada tem a ver, absolutamente nada, com esses movimentos religiosos que se denominam “evangélicos”. A tradição protestante não promete milagres, cultiva a razão, estimula a ciência, é profundamente ética, e a ela estão ligados nomes como Leibniz, Kant, Hegel, Kierkegaard, Albert Schweitzer, Martin Luther King Jr., Dag Hamarkjoeld, Dietrich BonhoefFer, Mondelaine. Em que consiste essa tradição? A Reforma, contrariamente ao nome, não foi um movimento que visava “reformar” a Igreja Católica do século XVI: não se coloca remendo de pano novo em tecido podre. Não é um conjunto de doutrinas teológicas diferentes como justificação pela graça e sacerdócio universal das pessoas. Não é uma nova organização da Igreja. Quem só sabe essas coisas não viu o que é essencial. Para dizer o que foi o espírito da Reforma, vou me valer de uma peça musical, a Segunda sinfonia de Gustav Mahler (1860-1911), chamada Sinfonia da ressurreição. Eis como ele mesmo descreve o último movimento da sinfonia: “Chegou o dia do julgamento final. O terror cobre a terra. A terra estremece, as sepulturas se abrem, os mortos ressuscitam, poderosos e humildes, reis e mendigos, justos e injustos. Um grito terrível enche o universo com um pedido de perdão que enche o espaço. Ouvem-se as trombetas apocalípticas. É hora do ajuste de contas, débitos e créditos, Céu e Inferno, Inferno tão bem pintado nas telas horrendas de Hieronimus Bosch. Então, em meio a um silêncio sinistro, ouve-se o canto de um rouxinol distante. Uma grande tranquilidade invade tudo. E eis, surpresa! Não há julgamento, não há débitos e créditos, não há justos e pecadores, não há poderosos e humildes, não há vinganças e recompensas, não há condenações! Um sentimento de amor perfuma o mundo”. A Reforma foi o canto de um rouxinol nesse horror de culpa e medo. Não há julgamento. Deus é todo bondade.

Texto extraído do livro: Ostra feliz não faz pérola / Rubem Alves – São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2008 – Página 215.